De uma forma muito especial, tenho um carinho muito grande por quem resolve empreender.

Não só na vida profissional, mas em todas as áreas.

Sim, porque pra mim empreender não é só abrir um negócio.

É assumir a responsabilidade pela sua vida, é ser o comandante e não apenas o passageiro.

Por isso hoje vou falar pra você, empreendedor(a).

Só por você estar lendo esse artigo num blog de finanças pessoais e familiares já tenho certeza de que está no controle da sua vida, ou numa busca saudável por isso.

Mais especificamente, nesse post eu vou conversar direto com você, que mantém um negócio, mesmo que informal, pra ajudar no sustento da sua família.

Você que vende bolos.

Você que vende refeições pré-preparadas.

Você que vende salgadinhos e docinhos.

Você que vende artesanatos.

Você que vende roupas.

Você que trabalha em casa pra poder ficar perto dos seus filhos e gerar renda pra sua família.

A minha intenção aqui é ajudá-la(o) a formular seu preço de venda.

Isso mesmo, o valor que você cobra por tudo o que você faz e vende.

Faço isso porque eu sei que se eu ajudar você a calcular o preço do seu produto de maneira correta, você estará deixando Sua Família Mais Rica.


6 critérios envolvidos no PREÇO DE VENDA

1) Gastos

Os gastos podem ser divididos em 2: fixos e variáveis.

Por ora vamos apenas abordar tudo o que é necessário para você oferecer seu produto e/ou serviço como sendo gasto.

Caso você faça bolos para vender para fora, seus gastos básicos serão:

  • Farinha de trigo
  • Margarina
  • Fermento químico
  • Açúcar
  • Leite
  • Ovos
  • Outros ingredientes da sua receita
  • Gás para assar o bolo
  • Água para lavar as formas
  • Energia elétrica
  • Entrega do bolo (se você fizer isso)
  • SUA MÃO-DE-OBRA

Os ingredientes da receita são mais fáceis de calcular quanto é gasto, concorda?

Por exemplo, 1kg de farinha de trigo dá para fazer 5 bolos.

Assim, considere nos gastos de cada bolo apenas 1/5 do valor do kg da farinha.

Ou seja, se o kg da farinha custa R$ 3,00, você considera R$ 0,60 no cálculo do preço do seu bolo.

O mesmo vale para o açúcar, o leite, os ovos e tudo o que servir para mais de 1 receita.


E para definir gás, água e energia elétrica?

Bom, nesse caso teremos que usar do bom-senso e dar um chute bem dado.

Basta um raciocínio simples…

Pensemos na seguinte situação:

“Gasto R$ 300,00 com gás por mês na minha casa.

Sei que, por dia, eu e minha família usamos o gás por umas 6 horas entre fogão pra cozinhar, forno pra assar bolos e chuveiro pra tomar banho.

Multiplicando 6 horas por dia por 30 dias no mês, o resultado é 180 horas de gás por mês.

Ou seja, utilizo 180 horas de gás por mês e pago R$ 300,00.

Dividindo R$ 300,00 por 180 horas, sei que o valor que pago por cada hora de gás que uso é de R$ 1,67.

Opa, pra assar um bolo meu forno fica ligado por 1 hora, então, incluo no gasto de cada bolo que faço o valor de R$ 1,67 de gás.”

Se fosse meia hora para assar o bolo, consideraria R$ 0,83 (R$ 1,67 ÷ 2).

O mesmo vale pra água e pra energia elétrica.

Talvez pra elas o cálculo seja um pouco mais desafiante, pois se usa mais em casa.

Mas faça uma estimativa.

Não precisa ser exata, apenas que lhe dê um parâmetro pra considerar no preço do seu produto.

Feito isso, vamos para os gastos com entrega.


Você mesma(o) faz ou contrata um motoboy?

Se é um motoboy fica mais fácil, pois é só reverter o quanto você pagará pra ele nos gastos do seu bolo.

Se é você mesma, terá que considerar que enquanto faz a entrega você está deixando de produzir seu produto.

Então, além do gasto com gasolina, haverá o chamado CUSTO DE OPORTUNIDADE, que nada mais é do que o quanto você está deixando de produzir pra fazer algo que outro poderia fazer.

Rapidamente, para considerar o gasto com gasolina, saiba a distância que seu cliente fica da sua casa, multiplique por 2 (ida e volta) e divida pela autonomia do seu carro (carro 1.0 geralmente faz 12km por L de gasolina).

O valor que você encontrar multiplique pelo preço do litro da gasolina na sua cidade.

Agora pense, se pra levar um bolo até meu cliente eu gasto R$ 5,00 de gasolina, consumo 30 minutos do meu tempo e deixo de fazer um bolo que me daria um lucro de R$ 10,00 (CUSTO DE OPORTUNIDADE), meu gasto com a entrega é de R$ 15,00 (gasto com combustível + custo de oportunidade).

“Se o motoboy me cobra R$ 12,00, estou ganhando R$ 3,00 usando o motoboy e não indo eu mesma(o).”

Que tal?

Conseguiu acompanhar o raciocínio?

Se não, volte umas linhas acima e leia com calma.


E agora vamos falar da SUA MÃO-DE-OBRA.

Para saber quanto incluir em cada bolo, vamos pensar o seguinte:

Quanto você precisa ganhar por mês pra cobrir ou ajudar nas contas da casa e viver a vida que você quer com sua família?

Vamos deixar de lado, nesse momento, os seus sonhos.

Pensemos nos gastos essenciais (com a casa, alimentação, saúde, transporte) e de estilo de vida (roupas, lazer, restaurantes, tv a cabo, etc).

Aqueles gastos que você tem todo mês.

R$ 2.000,00? R$ 3.000,00? R$ 7.000,00?

Vamos usar R$ 4.000,00 como exemplo pra nossos cálculos do seu preço de venda.

Se você quer R$ 4.000,00 pra trabalhar 5 horas por dia fazendo bolos, não trabalhando sábados e domingos, só dias úteis, você terá 105 horas disponíveis por mês pra produzir esse rendimento (21 dias úteis x 5 horas por dia).

Dividindo R$ 4.000,00 por 105 horas, tem-se o resultado de R$ 38,09 por hora.

Esse é o gasto ou custo da sua hora que deve ser considerado no seu preço de venda pra cada bolo.

Usa apenas meia hora pra cada um?

Então divida por 2 e considere R$ 19,04.

Agora saindo da realidade de um(a) boleiro(a) ou de quem faz comidas pra vender.

Você que faz artesanatos, está considerando os gastos com todas as matérias-primas, com entregas, com a SUA HORA TRABALHADA?

A fórmula de calcular é a mesma, tanto para as matérias-primas quanto pra entregas e hora trabalhada.

E se você utiliza máquinas pra fazer seus produtos, está lembrando de colocar um gasto com manutenção?

Pense o seguinte:

“Sei que minha máquina precisa de manutenção a cada 2 meses.

Nessa manutenção eu gasto R$ 300,00.

Em 2 meses eu produzo 300 peças de artesanato usando essa máquina.

Então, o gasto com manutenção que eu devo considerar no seu preço de venda é R$ 300,00 ÷ 300 peças, ou seja, R$ 1,00 por peça.”

“Não, meu custo de manutenção é de R$ 200,00 por mês e eu produzo apenas 100 peças nesse período.”

Ok, fazemos o cálculo também.

R$ 200,00 ÷ 100 peças é igual a um gasto com manutenção de R$ 2,00 por peça.

E como você está considerando os gastos para ir até o local onde você compra suas matérias-primas e o tempo dedicado a isso?

Estou sendo muito detalhista?

É chato pensar em tudo isso?

É muita coisa?

Sim, pode até ser, mas se você não se preocupar com isso, ninguém fará pra você.

E são nos detalhes que acabamos deixando toda a nossa margem de lucro pros outros, nunca conseguindo lucrar o que gostaríamos.

É por isso que estou aqui, pra te ajudar a se tornar cada dia melhor.

Ficou clara minha explicação?

Não hesite em me perguntar pra esclarecer qualquer dúvida.

Seu feedback é fundamental pra eu continuar trazendo informações importantes pra você.

Então vamos ao 2º ponto, os impostos.

“Putz, pensei que seu post já ia acabar.”

Hahahahaha…

Não, não, não.

Agora é que começa a ficar bom!


2) Impostos

Antes de falarmos deles, dos impostos, vamos entender o seguinte: no momento das suas vendas, não importa o que o governo faz com o dinheiro arrecadado com os impostos.

Isso importa a partir do momento que você, enquanto cidadão, vai usar um serviço público que não está como deveria.

Por isso, faça sempre o certo e arrecade os impostos que forem devidos dentro da sua atividade.

E depois cobre a correta aplicação deles.

Faça o certo nas 2 pontas!

Tenho certeza que assim você será um exemplo ainda melhor para seus filhos.

Ok, sabendo que na realidade do Brasil ainda existe muita pessoa que trabalha informalmente, vamos considerar 2 realidades:

  • Você vende seus produtos e/ou serviços de maneira autônoma, informal, não emitindo nota fiscal de nada;
  • Você vende seus produtos e/ou serviços por meio da sua empresa que você tem como MEI (Microempreendedora Individual).

Não vou falar de empresas de outros tipos porque são esses 2 que mencionei que realmente aparecem com mais frequência em pessoas que trabalham pra complementar a renda ou garantir o sustento da família.


Situação #1 – Autônomas(os)

Se você for autônoma e faturar no ano menos de R$ 28.559,70, ou R$ 2.379,97 por mês, será isenta e não precisará pagar nada de imposto.

A partir daí, precisará pagar imposto progressivo, proporcional à sua faixa de rendimento.

Começa em 7,5% do total das suas vendas e vai até 27,5%.

Pode até ser que você não pague os impostos todo mês, porém, quando for fazer a sua declaração de imposto de renda anual terá de pagar do ano todo.

E são esses percentuais de 7,5% até 27,5% que você tem que considerar no seu produto.

Agora imagine colocar mais 27,5% no seu preço de venda.

Vai gerar um impacto gigantesco, não é?!

Saiba que tem como reduzir isso, e o primeiro caminho é se tornar uma MEI.


Situação #2 – MEI

O imposto para MEI é fixo por mês e te permite faturar até R$ 6.750,00 por mês ou R$ 81 mil no ano.

Os valores dos impostos depende da sua atividade (serviço, comércio ou indústria) e estão entre R$ 50,00 e R$ 60,00 por mês (veja a tabela atualizada aqui).

Se pensarmos numa artesã(o) que tem um rendimento de R$ 1.000,00 e paga o MEI de R$ 50,00 por mês, por exemplo, o imposto representa apenas 5,00% da receita das vendas.

E quando mais você fatura, menor será o impacto do imposto.

Fazendo R$ 5.000,00 por mês você paga apenas 1% de imposto.

Você percebe o benefício?

Se fosse como autônoma(o) você pagaria 27,5% nessa faixa de renda, conforme a tabela da Receita Federal, ou seja, R$ 1.375,00 por mês de imposto (R$ 5.000,00 x 27,5%).

Prefere pagar em torno de R$ 50,00 ou R$ 1.375,00?

Enquanto MEI, pra saber quanto considerar de imposto no seu preço de venda, divida o valor mensal do MEI pelo seu faturamento médio dos últimos 6 meses.

Se não tiver vendendo ainda, estime quanto você pretende vender nos próximos meses de forma realista e faça a proporção.

Divida o valor mensal do MEI pela sua projeção de renda e inclua no preço do produto e/ou serviço.


Já conseguiu visualizar todos os conceitos de preço de venda aplicados à sua realidade?

Espero que sim.

Com isso, seguimos…

Mas antes te faço uma pergunta:

“Você anda se desdobrando para vender seus produtos e/ou prestar seus serviços e mesmo assim, chega o final do mês e o dinheiro não é suficiente?”

Se você anda passando por isso ou por algum problema semelhante, saiba que aqui abaixo você vai encontrar mais 2 critérios fundamentais para superar essa dificuldade.

Pra isso, falarei com você sobre Comissão e Margem de Lucro.

Vamos entender como eles também influenciam seu preço de venda.

Conheceremos, também, o significado da expressão Mark Up e como ela incide sobre seus produtos/serviços.


3) Comissão

Você pode pensar:

“Sou eu mesmo que vendo o que produzo, não preciso saber de comissão.”

“Comissão é coisa pra quem vende carro, moto.”

“Não entendo como isso vai interferir no meu preço de venda, pois é algo que pago pra alguém vender pra mim.”

Dou total razão pra você pensar essas coisas.

E além disso, concordo que a comissão pode não ser aplicada à todos os negócios.

No entanto, vale você pensar o seguinte:

  • Comissão é dada tanto pra produtos quanto para serviços.
  • Mesmo que você não tenha vendedor externo hoje, saber como a comissão incide sobre seu preço é fundamental pra você pensar em estratégias pra aumentar suas vendas.
  • E mais, quem duvida que amanhã seu negócio cresça e precise de vendedores externos?
  • Saiba que isso pode ser revertido pra parceiros que indicam seu produto/serviço, melhorando sua relação com outras empresas e parceiros.

Então leia o que escreverei abaixo, mesmo que rapidamente.

Garanto que será interessante.

Ok, falando de Comissão…

A Comissão é dada, geralmente, para alguém que vende seu produto/serviço mediante uma parceria firmada.

Parceria essa que define como será a relação entre vocês.

O que o vendedor vai vender; qual o % que ele vai receber por cada venda; por quanto tempo vocês manterão a parceria; pra qual público ele vai vender; quais as metas; etc.

Isso pode ser feito com um autônomo, com um funcionário registrado ou com uma outra empresa que aceite divulgar seu produto/serviço.

Tendo definido o % que será aplicado em cada negociação, já podemos saber como considerá-lo no preço de venda do nosso produto/serviço.

Pondero que não é FUNDAMENTAL que você considere Comissão no seu preço de venda.

Faça isso apenas se realmente pagar ou planeja pagar alguém pra vender seus produtos ou serviços.

Nada impede que você pratique um valor na venda direta pro seu cliente ou, considerando comissão, na venda com intermediação de alguém.

E é aqui que entra o Mark Up!


Mark Up

Ele nada mais é do que o resultado da divisão da fórmula – 1 ÷ (1 – %Imposto – %Comissão – %Margem de Lucro).

Fórmula do Mark Up para preço de venda.

Só como exemplo, vamos considerar que o imposto pago é de 2% (já vimos como calcular aqui acima nesse post).

A comissão dada pros seus vendedores é de 10%.

E como margem de lucro (falaremos na sequência) 15%.

A fórmula fica:

Após exemplo, fórmula do mark up para cálculo do preço de venda fica assim.

Que é igual à:

Fórmula para mark up reduzida e preenchida para cálculo do preço de venda.

O resultado disso dá 1,37, certo?

“E o que eu faço com isso?”

Multiplica pela soma dos gastos do seu produto/serviço.

Se os gastos com cada produto que você vende deram um total de R$ 23,50, multiplique por 1,37 e chegue ao preço de venda de R$ 32,19.

Se os gastos com sua hora de trabalho pro serviço que você oferece deram um total de R$ 32,20, multiplique por 1,37 e chegue ao preço de venda da sua hora de R$ 44,11.

Esse deverá ser o preço praticado por você pra garantir que você pague todos os gastos com o produto/serviço, os impostos devidos, a comissão dos seus vendedores e/ou parceiros e deixe o lucro desejado por você.

Agora uma pergunta:

“Por que considerar esses %’s de impostos e comissão na fórmula de cálculo do preço de venda do meu produto/serviço e não como gastos?”

Porque geralmente pratica-se percentuais pra esses itens e não valores em R$.

Mas como seria possível considerar valores em dinheiro (R$) no cálculo do preço de venda dos seus produtos/serviços?

Uma sugestão minha seria pegar os valores pagos em cada um deles no mês passado, dividir pela quantidade de itens/horas vendidos e jogar no custo do produto do mês que vem.

Só que assim cada mês vai mudar porque a quantidade de itens/horas vendidos geralmente varia de um mês para o outro.

Entendeu?

Você percebe que até na explicação fica difícil de entender?

Por isso criou-se o Mark Up.

Dessa forma, quando você vende 1 produto/hora pra alguém por R$ 50,00, tendo calculado o valor como estou mostrando, você sabe que:

  • Desse valor sairá X% para os impostos;
  • Sairá Y% como comissão (se tiver);
  • Terá o suficiente pra pagar todos os custos;
  • Sobrará o % de lucro que você deseja, sem surpresas.

Tudo conforme o planejado e o que sobrar será realmente pra você,

É como se os impostos e a comissão fossem pagos pelos seus clientes.

Você simplesmente recebe o dinheiro e repassa pro governo e pros seus parceiros de venda.

Consegue entender como isso facilita o controle e garante a sobrevivência do seu negócio?

Sim, garante a sobrevivência porque tudo está sendo pago conforme o figurino, sem surpresas.

Claro que é fundamental que seu preço esteja dentro do mercado pra que você consiga vender seu produto ou serviço.

E vou abordar essa questão mais abaixo nesse post.

Agora vamos falar da Margem de Lucro.


4) Margem de Lucro

Margem de Lucro é, na teoria, o valor ou o % que você quer que sobre pra você na venda de cada produto/serviço.

Indico você atuar num mercado que te permita ter margens de lucro superiores a 10%.

Isso porque você consegue rentabilidade de 5% ao ano em investimentos de baixo risco no mercado financeiro, como o Tesouro Direto, e ainda precisa considerar o risco de ter um negócio e ser a(o) única(o) responsável pela sua renda.

Então, pra justificar você investir dinheiro num negócio e assumir esse alto risco ao invés de investir no mercado financeiro, com um baixo risco, você deve buscar que ele gere mais dinheiro.

Ou seja, rentabilize melhor seu dinheiro.

Pra serviços pouco especializados, fala-se entre 20 a 30% de lucro.

Pra serviços especializados, como consultoria em algum assunto específico, acima de 50%.

Pra indústria, artesanato e comércio de 5 a 15%.

Isso numa média nacional.

Existe uma diferença entre serviços e os demais ramos de atividade porque no serviço geralmente vende-se tempo, e o tempo é limitado a 24 horas no dia.

Na indústria, no artesanato e no comércio, a quantidade vendida é limitada ao número de produtos disponíveis, sendo possível vender em 1 hora muito mais do que 1 produto.

Por isso os serviços acabam sendo mais bem remunerados, pra equilibrar a limitação produtiva.

Esses valores apresentados acima servem apenas como um referencial.

Você não precisa simplesmente pegar um % desses e começar a aplicar.

Mas você pode utilizá-los caso queira ir pelo caminho mais curto.

No entanto, pra você que quer realmente se diferenciar e fazer as coisas com uma base sólida, vou te mostrar abaixo uma outra maneira de encontrar a Margem de Lucro ideal para seu negócio.

Pra isso precisamos saber quanto é o valor mensal necessário pra você manter sua família e seu estilo de vida.

Caso não saiba, vai anotando todos os gastos que sua família possui e, ao lado, vá colocando quanto gasta, mais ou menos, por mês em casa coisa.

Isso vai se transformar no seu orçamento doméstico (se quiser ter segurança dos valores, faça o que te mostro aqui).

Supomos que você tem uma vida pessoal e familiar que demandam R$ 5.000,00 por mês.

Isso é o que você precisa ter de lucro na venda dos seus produtos/serviços pra manter a sua estrutura pessoal, certo?

Aceitando, ainda, que você vende ou planeja vender 500 produtos por mês, o lucro que terá que vir de cada produto é de R$ 10,00.

Ou seja, R$ 10,00 (de lucro) vezes 500 (peças vendidas) é igual a R$ 5.000,00 (o que você precisa pra sua vida pessoal e familiar).

Se for horas de serviço, você acaba tendo uma limitação maior.

Isso porque um mês tem 30 dias com 24 horas.

Dessas 24 você geralmente usa 8 pra dormir, 1 pras refeições, 1 de trânsito pra levar os filhos na escola ou pra resolver coisas da casa e do seu negócio, sobrando 14 horas produtivas.

Algumas provavelmente você utiliza pra você mesma(o) ou pra sua família, sobrando no geral umas 10 horas de trabalho diário.

Isso numa situação excelente.

Vamos considerar, também, que sábado e domingo você não trabalha, pois durante a semana teve tempo suficiente pra rentabilizar seu negócio.

Então temos uma média de 21 dias úteis por mês com 10 horas disponíveis pra trabalho, dando 210 horas por mês.

R$ 5.000,00 divido por 210 horas é igual a R$ 23,81 de lucro por hora vendida.

Esse é o valor para considerar no seu preço de venda.

Show!

Estamos pegando embalo.

Se num produto você precisa de R$ 10,00 de lucro, podemos jogar isso junto na composição dos gastos antes de aplicar o Mark Up, visto umas linhas pra cima.

Fazendo isso você pode desconsiderar o % de Margem de Lucro da fórmula do Mark Up (já está junto nos gastos) ou incluir mais um % pra que você aumente aos poucos o seu padrão de vida.

Sei que se você vender o seu produto pelo valor final que iremos encontrar, você estará também gerando renda pra manter sua vida atual.

Pra garantir os R$ 5.000,00 você só precisa ter certeza de que consegue vender seu produto pelo preço encontrado e na quantidade desejada pra essa renda.

O mesmo vale para os serviços.

Inclua os R$ 23,81 na composição dos seus gastos e aplique o % de imposto e comissão.

Veja como isso é interessante.

Com base num valor que você precisa para viver seu mês e na disponibilidade de produtos ou tempo você calcula quanto incluir em cada produto/serviço (seu lucro).


Tendo isso em mãos, você vai traçar sua estratégia comercial pra tornar isso viável.

E aí, tornando palpável as metas, você começa a perceber que atingir o resultado desejado é muito mais simples do que você imagina.

Apenas complementando um pouco essa questão de margem de lucro, quero esclarecer mais algumas coisas pra você.

Não existe a fórmula perfeita pra encontrar esse % ou valor.

Cada negócio vai almejar valores diferentes, pois tudo depende de seus objetivos.

Pode ter um pedreiro que aceite receber 10% de lucro de cada obra que ele faz e outro que aceita 20%.

E os 2 estão atingindo seus objetivos, o primeiro trabalhando um pouco mais ou fazendo obras maiores que o segundo.

Geralmente as micro e pequenas empresas estabelecem um % satisfatórios pra remunerar os sócios de acordo com o que eles querem.

Eu sei que fazer cálculos e trabalhar com números pode gerar uma certa confusão na mente de qualquer um.

No entanto, pessoas que realmente querem se destacar e assumir o controle dos seus resultados superam desafios momentâneos em busca de conquistas à longo prazo.

Pelo seu bem, do seu negócio e para tornar Sua Família Mais Rica, se dedique a revisar seu preço de venda.

Imagine que seu produto precisa ser reajustado em 10%.

De um preço de R$ 20,00 ele vai passar para R$ 22,00.

E eu sei que o mercado aceita pagar R$ 22,00.

Num faturamento mensal do teto do MEI (Microempreendedor Individual), de R$ 5.000,00, 10% representa R$ 500,00.

O que você poderia fazer com mais R$ 500,00 na sua conta sem precisar aumentar seu esforço de vendas?

Uma viagem? Um passeio em família? Um almoço naquele restaurante que você adora?

Você consegue isso apenas calculando e reajustando seu preço de venda.

Eu considero isso extremamente interessante.

E assim vamos pra a parte final desse post, onde abordarei como sua Concorrência e seus Clientes influenciam seu preço de venda.

Mas antes disso, preciso parabenizá-la(o), pois poucos são os que chegam tão longe na análise da empresa, seja ela micro ou grande.

E mais, tenho 1 bônus ao final do post.

É um critério extra que influencia seu preço de venda. Leia o artigo até o final e descubra qual é.

Pois bem, depois de definirmos o valor do seu produto/serviço com base nas informações que você mesma(o) pode fornecer, vamos olhar pro mercado.

Isso mesmo, gastos, impostos, comissão e margem de lucro competem única e exclusivamente ao seu produto/serviço.

No entanto, quando chegamos ao valor final, precisamos perceber se ele está adequado ao mercado.

Fazemos isso olhando pra Concorrência e pros seus Clientes.

“Ok, mas como elas interferem no meu preço de venda?”

Vamos por partes…


5) Concorrência

Supondo que você fez todos os cálculos e encontrou o valor de R$ 62,50 pra sua hora de trabalho.

Digamos que você presta serviços de designer gráfico.

Pra fazer um cartão de visita, por exemplo, você utilizaria 4 horas de trabalho.

Ou seja, o preço a passar pra seu cliente seria de 4 x R$ 62,50, igual a R$ 250,00.

No entanto, o que você faria se todos os seus concorrentes vendessem o mesmo serviço por R$ 400,00?

Você não sabe quais são seus gastos, quantos % pagam de imposto, qual o % de comissão e nem de margem de lucro.

No entanto, sabe que é bem acima do seu preço.

Dessa forma você tem pelo menos 2 caminhos, que são:

  1. Praticar o preço de R$ 250,00 (que é justo para você), ficando abaixo do mercado e vendendo seu serviço com mais facilidade;
  2. Elevar um pouco seu preço, melhorando sua margem de lucro, chegando mais perto da concorrência.

Confesso que aqui faço a seguinte análise.

Será que pelo seu preço ser bem abaixo do mercado seus clientes podem duvidar da sua qualidade?

Eles não sabem seus gastos e nem como está montado seu preço de venda, apenas que é mais barato.

Será que elevando seu preço e ficando mais perto da concorrência você terá argumentos suficientes pra fazer seu cliente optar por você e não por qualquer outra empresa?

Entende como é delicada essa questão?

E pior, a GRANDE maioria das empresas sequer sabe o preço que seus concorrentes praticam no mercado.

Você sabe?

Agora vamos imaginar o cenário contrário, você com o preço de R$ 400,00 e a concorrência toda com R$ 250,00 na média.

Outros 3 caminhos são possíveis:

  1. Sua estrutura está muito cara pro serviço que está oferecendo, sendo necessária uma adequação dos seus gastos e talvez uma redução da comissão e margem de lucro;
  2. Você precisará oferecer muito VALOR, BENEFÍCIOS, pra que seu cliente pague mais e se sinta satisfeito. Seu apelo comercial precisa ser EXCELENTE;
  3. Você tem um diferencial que é só seu e que te garante a possibilidade de praticar um preço mais alto (como a Apple, por exemplo).

Se o seu caso for o primeiro apontamento, precisa urgentemente rever toda a sua estrutura e adequá-la à realidade do mercado pra se manter viva(o).

Se for a 2 ou a 3 e você está conseguindo praticar seu preço, maravilha, continue sendo excelente na área comercial e conseguindo margens melhores que a concorrência.

Com esses 2 exemplos, preço acima ou abaixo do mercado, você conseguiu perceber como a concorrência interfere no seu preço de venda?

Independente do produto/serviço vendido, eu particularmente acredito que sempre haverá cliente para o preço que você quer praticar.

Basta você saber onde ele está.

E aqui cabe chamar sua atenção para algo chamado definir seu nicho.

Quando mais específico seu produto/serviço for, pra um público mais definido, menos concorrência terá e maior poderá ser sua margem de lucro.

Em resumo, é a concorrência que te aponta se seu preço está dentro ou fora do mercado.

E isso é o que garante a sua sobrevivência e seu crescimento.

E agora, pra finalizar, vamos falar de como os clientes interferem em seu preço de venda.


6) Clientes

Você pode estar se perguntando:

“Como meu cliente interfere no meu preço de venda se é ele que paga pelo meu produto/serviço?”

Justamente, é ele que paga e é ele que sabe o quanto quer pagar.

Se você não souber quanto seu cliente está disposto a pagar por algo que você oferece, pode ser que haja dificuldades pra vender seu produto/serviço.

Sim, pois se estiver acima do preço desejado pelos clientes, seu produto ficará na prateleira ou seu serviço nunca será procurado.

Um alerta pros prestadores de serviço:

Se você anda enviando muitas propostas e fechando poucos contratos, atenção, vale a pena conferir se seu preço está condizente com o que o cliente quer pagar.

Ok, mas como saber quanto estão dispostos a pagar pelo meu produto/serviço?

Fazendo pesquisa.

Pergunte pra quem já comprou de você se o preço pago foi justo com o que foi entregue.

Até quanto esse mesmo cliente pagaria se contratasse ou comprasse de você de novo.

Pra quem nunca comprou de você, pergunte até quanto pagariam por um produto que faz o que o seu faz.

Converse com familiares, amigos, conhecidos.

Vá à eventos e se exponha.

Mesmo que você não tenha qualquer resposta ou ajuda, você ficará no máximo no zero a zero, concorda?

Aí sim, sabendo quanto seu cliente quer pagar pelo que você está oferecendo, sabendo quanto a concorrência está cobrando por algo semelhante e sabendo que seu preço de venda (já com margem, impostos e comissão) fica dentro dos limites, é só divulgar seu produto/serviço e correr para o abraço.

Assim, fazendo tudo o que comentei nesse post, com certeza você conseguirá se posicionar bem no mercado e vender seu produto/serviço com facilidade.

E agora, lembra do bônus que mencionei lá no começo e que eu disse para você ler todo o texto para descobrir o que é?

Pois bem, é aqui que ele entra, como mais um item a ser considerado no seu preço de venda.


BÔNUS – VOCÊ

Isso mesmo, você é fundamental nessa questão de preço de venda.

O que adianta você ter algo que está dentro das expectativas de preço se você não confia no que vende?

Ou ainda, se você não confia em você mesma(o)?

Antes mesmo de qualquer cálculo ou qualquer análise de mercado é fundamental que você olhe pra dentro de si.

Encontre uma razão pra estar oferecendo o seu produto/serviço.

Encontre uma razão pra estar empreendendo.

E saiba pra onde esse caminho irá lhe levar.

Pra onde você quer que leve?


Conclusão

E aqui encerramos a análise de todos os fatores que influenciam seu preço de venda.

Vimos que para formular bem o valor do seu produto/serviço é importante você saber quais seus custos, quais são seus impostos, se vai pagar comissão ou não e qual sua margem de lucro desejada.

Feito isso, você deve olhar para o mercado e entender “quantos seus concorrentes estão cobrando pela mesma coisa que você está oferecendo?” e “quanto meus clientes aceitam pagar pelo meu produto/serviço?”.

Seguindo esses passo e tendo seu preço de venda baseada em todos essas análises, ficará fácil de ter os resultados que você tanto espera.

Sei que pode parecer muita coisa ou até ser difícil de fazer todos os cálculos, mas, caso queira, leia esse post mais de uma vez para conseguir fazer tudo o que comento contigo.

E mais, conte comigo para te ajudar com isso.

Espero que realmente esse guia tenha feito sentido pra você e possa ter te ajudado a olhar pra seu negócio com um pouco mais de carinho.

Tenho certeza que essas informações poderão intensificar seu SUCESSO, levando mais tranquilidade e dinheiro pra sua Família.

Se esse post agregou alguma coisa na sua vida, então entre pra nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade.

É só deixar seu e-mail aqui abaixo.

Agora me diga, você já tinha trabalhado todos esses aspectos no seu negócio? Deixe seu comentário aqui abaixo.

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